sexta-feira, 26 de junho de 2009

Falsidade



Eu tento entender certas situações, certos sentimentos, e é um pouco difícil sabe. Isso porque eu sempre fui uma pessoa humilde, e acho que é aí que peco imensamente.
Semana passada passei por uma situação que me fez refletir e me forçou a chorar muito. Fiquei com raiva de mim, isso porque mais uma vez pela minha “humildade” deixei que certo número de pessoas falassem o que queriam para mim e não agi como deveria. Senti vergonha por ser fraca, por ser boba, por ser acessível demais.
Foi então que me questionei: Porque as pessoas têm inveja? Até que ponto a felicidade de alguém, ou o sucesso de alguém pode afetar o ego alheio?
Pois bem, eu fico indignada no poder que as pessoas têm de tentar derrubar os outros. Vivo em um ninho de cobras e, me respondam: Existe a possibilidade de sair de lá sem uma picada? Ou pior, será que o veneno poderá me derrubar?
Não sei, talvez sim, talvez não. Mas o que me garante dizer que vou chegar até o fim? Será que vale a pena? Será que o amor pelo que faço e o sonho de encontrar minha melhor amiga podem ser maiores que meu orgulho e amor próprio? Ao mesmo tempo, será que essa vontade tão grande que eles têm de me derrubar não seria um combustível a mais para fazer a máquina andar melhor?
Não sei, só sei que não tenho vontade de estar lá, não consigo mais olhar nos olhos daquela gente porque não sei jogar naquela imundice ética em que se transformaram aquelas pessoas. Magoa ver que aqui ninguém esta salvo desse vírus que parece já estar banalizado.
Por isso me afasto, vivo num mundo à parte. Quero distancia dessa câmara fria onde parecem todos estarem sentindo calor, mas onde cada milímetro daqueles corpos esta morrendo pelo veneno que percorre a cada palavra mal intencionada, a cada ação pensada com intuito maldoso.
Queria apenas não sofrer por isso, queria não me importar, queria estar imune a cada sensação de virar as costas e estar sendo apontada. Munidinho a parte ou não, na maioria das vezes sinto que quem vive nesse mundo “falso moralista” vive mais feliz, eu é que levo as verdades como lei, e o respeito como caminho. Talvez por isso me sinta tão sozinha e deslocada nesse meio.
Como diz Cervantes “A verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água.”

terça-feira, 23 de junho de 2009

Escrever


Bom, eu já tinha escrito esse post no meu outro blog, mas resolvi colocá-lo aqui pois acho que fala muito de mim, espero que gostem. :)


Escrever é como conversar com a alma, é ouví-la, perguntar o que sente, é transmitir.

Escrever, no sentido que busco neste momento, é sentimento, é dúvida, é certeza, é avaliação, é sacrifício, é liberdade, é sinceridade, é o que sou.

Escrever é momento, é necessidade, é ensinamento.

Quando escrevo me encontro e ao terminar me perco. Busco, reeencontro e retorno a nova busca.

Quando escrevo converso, troco, e ao transmitir eu cresço e descubro novas formas de encantar o desencantado.

Escrever é interpretar, e estar certo de que esta interpretação é única e particular.

Escrever é doar, é dar ao outro o direito de aceitar...

É por isso que escrevo, é por isso que exalto...

Neste espaço transformo-me em palavras... E com elas viajo a lugares inimagináveis...

Escrevo porque sinto, porque vejo, porque necessito...

Escrever me torna livre, mais sonhadora...

As palavras me deixam voar!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Navegando


Sentir o vento tocando no rosto;
a mais leve sensação de liberdade,
a mais distante imagem de fim de tarde.
É como renovar as energias.
Respiro com calma com a intenção de decifrar...
Mas decifrar enigmas meus,
inquietações insistentes.
Conhecer a si próprio é navegar num mar inconstante.
Por vezes há névoa,
em algum momento sentimos o sol banhar a água.
Há os dias em que o barco quase afunda com a tempestade.
E é preciso mesmo sentir,
entrar em contato...
Observar o andamento das nuvens,
o sentido do vento,
o movimento da maré.
É preciso atenção!
Mas dispense a bússula, deixe o inesperado te levar,
deixe que a natureza te guie pelo melhor caminho.
Caso contrário a expectativa pela chegada ao porto pode ser frustante,
e a necessidade de ter alguém à espera pode doer bastante.
Encontrarei novos portos, sem esquecer do que procuro encontrar neles.
Sair e navegar conhecendo novos mares é ótimo,
mas nunca posso esquecer o primeiro porto do qual parti,
aquele que oportunizou minha primeira embarcação.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Clarice Lispector


Eu amo, sou apaixonada por ela. Poxa, Clarice Lispector parece que com cada palavra penetra na alma, em nossos medos interiores, em nosso pensamentos. Bom, mas porque estou escrevendo esse texto? É que eu sempre amei o trabalho dela, mas nunca pesquisei muita coisa sobre ela, até que um belo dia de bom humor resolvi procurar e encontrei no "youtube" uma sequência de vídeos de uma entrevista que ela cedeu há uns anos atrás pra TV Cultura e , pasmem, ela tinha a língua presa, no momento fiquei sem reação, eu nunca imaginei que ele tivesse um dito "defeito". Claro que no dia-a-dia isso é normal, mas imaginar que ela falava assim foi um baque, é como perceber que ela era igual a qualquer um de nós sabe sabe, não que isso seja ruim.
Bom, mas continuando, segui olhando as sequências e digo que ela não era uma pessoa simpática, ao menos não foi isso que eu vi. Mas enfim, eu amo os textos dela da mesma forma, ela definitivamente era o que chamamos de uma pessoa "curta e grossa" quer um exemplo? Olha essa frase: "Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca." E eu admiro isso nos textos dela, pode ser que quem conheça mais profundamente o seu trabalho não pense isso, até porque estou me guiando pela sequência de vídeos que vi.
Não deixo de admirá-la por ela ter sido um pouquinho antipatica hehehehehe, isso porque amo o trabalho dela não pela pessoa Clarice, mas pela escritora Clarice e nesse quesito é inquestionável seu potencial e seu dom esta claro na complexidade de seus textos ao mesmo tempo em que apresentam uma transparência indescritível. Quem precisa ou quer conhecer um ótimo e prazeroso trabalho literário recomendo Clarice, apesar de complexo até mesmo eu agora estou mergulhando de cabeça no mar agitado que são o conjunto de letras que ela formou :)

Aí vai um texto dela, é grande mas vale a pena ler :)

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!"

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Saudade de uma época boa =)



Sinto saudade dos dias que já não voltam, do tempo em que sofrer pelo garotinho da turma ao lado era minha maior preocupação. Da época em que fazia todas as loucuras de criança e depois adolescência com as gurias na praia, das caminhadas de uma praia à outra, das festas, das conversas, dos choros, das cervejas, dos carnavais, das confidências, dos coquetéis, do choop, das viagens, das danças, dos concursos, sinto saudade da época que me fazia feliz, da época em que meu único objetivo era ser feliz.
Hoje as coisas mudaram, já não tenho mais as amigas tão perto, o tempo é mais escasso, as paixonites não são mais banais, a cerveja nem é mais a mesma, não tem o mesmo gosto, não são as mesmas pessoas, a mesma inocência, os mesmos lugares, a mesma sinceridade, as loucuras nem mais existem. Hoje a lucidez toma conta de todos nós, não somos mais as garotas “anjos da noite” somos agora as mulheres com a realidade estampada no rosto, com as responsabilidades latentes, com o peso de que deve ser feito nas costas, mas com a vontade de fazer o que realmente era bom...
Escrevi esse texto em homenagem a uma grande amiga, uma grande companheira de farras, loucuras, porres, conversas, confidências.
Hoje quando vi tuas fotos Ra lembrei do quanto fomos felizes naquela época, e o quanto o tempo passou, o quanto ele nos afastou e o quanto nossas vidas nos direcionaram para caminhos distintos, mas antes disso lembro que também não impediu de sentirmos o mesmo carinho e admiração que tínhamos uma pela outra.
Quero ainda poder olhar pra trás um dia e dizer às gargalhadas: Viu Ra, se naquele tempo éramos felizes, hoje somos alem disso, somos realizadas, amigas e com o mesmo sorriso de sempre.
Saudade tua, saudade do que podíamos ser naquela época, e orgulho por estarmos nos transformando em mulheres batalhadoras e realizadas.
Amo-te amiga, nunca na vida esquece isso.