quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Até quando?


Sinto falta...
Falta de uma época em que os sorrisos eram sinceros, que as alegria eram mais doces, que os amores eram mais puros, que os olhares eram mais sinceros.

Hoje vejo os sorrisos mais falsos, as alegrias resumem-se a nada, os amores já sentem o poder da realidade, e a pureza se perdeu em meio a tanta vida sendo dilacerada por mortes, traições, roubos, misérias, falta de amor pelo próximo.
Até quando?
Onde iremos chegar com tudo isso?

São pessoas morrendo de fome, crianças que se perdem em meio ao crime, em meio a tiros, em meio a sangue, em meio ao desespero...

Enquanto nós estamos aqui, sentados na tranquil
idade (ou talvez nem tanta) da nossa casa, vemos crianças, pessoas, seres HUMANOS que morrem inocentemente como algo já banalizado.
E o que nós fazemos para ajudar?
Porque deixamos que o mundo acabe por de trás de um tela de tevê e ficamos sentados acreditando que esse mundo não é próximo de nós?

Porque ainda aceitamos roubos, fraudes, uso de um dinheiro que é NOSSO, em prol de homens engravatados com discursos de defensores do povo?

E que povo é ess
e?
Que pessoas somos nós?

Que direitos temos nós?
Quero que tudo isso termine, mas querer não contribu
i muito se eu não fizer com que isso ocorra...
E faremos?

Não, é com muita tristeza e vergonha que admito: NÃO!

Nada acontece quando tudo parece distante, quando tudo está enlouquecendo mas nenhuma loucura realmente habita na porta de casa.









Abaixo, um texto de Elisa Lucinda lido por Ana Carolina.


Só de Sacanagem

Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: " - Não roubarás!" " - Devolva o lápis do coleguinha!" " - Esse apontador não é seu, minha filha!" Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem! Dirão: “ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.” E eu vou dizer: ”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.” Dirão: " - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”. E eu direi: ” - Não admito! Minha esperança é imortal!” E eu repito, ouviram? IMORTAL!!! Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

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